sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Busca

Procurar, encontrar... Parecem tão fáceis, mas na realidade de fácil, não possuem nada...! Quando se decide fazer uma busca interior, olhar para a alma que nos acompanha todos os dias, a nossa, torna-se tão difícil de prosseguir, de começar!!! Até essa altura, tudo parece tão certo, o caminho está feito, o crescimento encontra-se pleno, não é preciso mais nada... Que erro!!! O medo da procura, dos desafios pela busca de nós próprios, leva-nos a acreditar que não é necessário mais nada, tudo está "perfeito"!!! Busca por nós próprios, é das buscas mais difíceis que existem e com o seu lado de sofrimento... Por isso, existe tanta hesitação, medo, receio, negação, para a fazer...
Não é possível partir para uma busca interior, ao se achar que vai ser fácil, que os caminhos se encontram livres, não existe isso!!!
A busca tem o seu início, mas encontrar o seu fim é sempre mais complicado... Talvez não seja preciso encontrar um fim, pois nós não temos um fim delimitado, há sempre crescimento pessoal.... No meio dessa busca, talvez o fim não seja assim tão importante, o mais importante é o nos encontrarmos dentro de nós. Ouvirmos, sentirmos, compreendermos, quem somos! Chegar aqui vai levar o seu tempo, mas é das jornadas de vida interior, mais emocionantes que pode existir! É uma jornada de vida, de luta, de conquista, de ódios, de amor, de desespero, mas em cada um desses momentos somos nós, não existe mais ninguém na expectativa de se ter esses momentos, são próprios, cada um com uma intensidade, sentidos diferentes, que vão levar a novas visões próprias, a novas visões do outro...A acreditar que existe uma vida, uma alma, um ser que tem um lugar no mundo, que pertence, que o maior sentido de vida que pode ter, é o seu próprio sentido.
Quantas vezes percorremos um caminho, e sem saber ao certo que caminho é aquele, o que podemos encontrar... Podemos nos deparar com uma bifurcação, um caminho sem saída, uma ponte, e temos a possibilidade de escolha. Na busca própria, acontece o mesmo, vamos nos deparar com os mesmos caminhos e escolhas, e numa dessas escolhas o sentimento que flui é de que se bateu contra uma parede e não existe saída, será que não?! Existe saída, perceber que se errou, mas que se aprendeu com aquele erro, e saber dar a volta, voltando para trás e percorrer novo caminho, até ao caminho que nos vai levar a nós. Não tem de ser o caminho perfeito, o mais bonito, o mais iluminado, brilhante, pode ser cheio de curvas, momentos sombrios, sem luz, mas será aquele que leva à realidade, pois vai-se aprendendo, compreendendo, percebendo que não somos perfeitos, que nem sempre existe luz à volta, mas dá-se passos para se continuar...
Podemos nos deparar com momentos de angústia, desespero, vontade de desistir, mas por um momento vem tudo o que já foi conquistado até ali, que encontra-se forças para continuar. Talvez com passos mais pequenos, mas são passos dados, com insegurança, com o medo de voltar a sentir o mesmo, mas são sentimentos tão válidos, que são esses momentos que nos levam a nos sentir verdadeiramente...
É um caminho único, que o maior "perigo" que pode existir, somos nós! Não existe outro perigo, ameaça, a não ser a nossa própria, o bloquear, o desistir, porque está a demorar, a ser doloroso, mas porque não se pensa antes: "Será que não tem de ser assim?"...
Ter a vida na mão, viver dia após dia, no meio de pessoas, existir relação com os outros, mas será que existe relação própria?! Existe uma relação própria, profunda e verdadeira connosco?! Ou será uma relação de mentiras, negações, vazios, falsa, superficial?! Será isso que pretendemos ter ao longo da vida? Sentir um vazio de alma, dia após dia, ano após ano?! Não perceber o que se passa; que vazio é este que me persegue?!
Somos pessoas e não devemos ser ocas, vazias, inertes a nós próprios... Mas será que estamos preparados para essa busca?
 Queremos ver? Sentir? Experienciar? Partir à busca daquilo que não se vê?!

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